O maior prédio residencial do país, em Balneário Camboriú.

24 de julho de 2013

É alto. De causar frio na barriga e gelar as mãos. Chegar ao topo do maior prédio residencial do país, em Balneário Camboriú, pode ser um exercício de enfrentamento para quem tem medo de altura. Mas não há como negar que a visão é privilegiada a 160 metros do chão.

O gigante Villa Serena, que será inaugurado neste sábado, na Barra Sul, coroa a tendência da cidade em receber arranha-céus cada vez maiores - e a necessidade do poder público em se adaptar a isso. 

A lista dos mais altos prédios brasileiros, feita pelo Skyscrapper Center, que reúne dados de arranha-céus pelo mundo, tem dois edifícios paulistanos à frente do Villa Serena - o Palácio Zarzur, com 170 metros de altura, e o Edifício Itália, com 165. A diferença é que ambos são prédios de escritórios, o que faz com que o edifício catarinense tenha os mais altos apartamentos do país. 

A soberania, porém, já nasce ameaçada pelos vizinhos. A mesma lista do Skyscrapper Center aponta dois prédios em fase de construção, em Balneário Camboriú, como os futuros mais altos da América do Sul: Sky Tower e Infinity Coast, com 210 e 240 metros, respectivamente. Ambos da construtora FG, uma das empresas que dividem com a Embraed o mercado dos imóveis de luxo na cidade. 

- Não estávamos pensando em rankings quando projetamos o Villa Serena. Mas a concorrência é saudável, sem ela a vida seria uma monotonia - diz Rogério Rosa, dono da Embraed. 

O diferencial do Villa Serena é oferecer um home club completo para os moradores. A intenção, admite o construtor, foi fazer com que os compradores se sentissem em um hotel de luxo. São 10 mil metros quadrados de área de lazer, com espaços que vão de salão de beleza a salão de festas para 150 pessoas - e por um valor mensal de condomínio que não chega a R$ 500. 

Embora tenha moradores fixos, o foco principal do prédio são os turistas. Mesmo antes da entrega oficial, cerca de metade dos 164 apartamentos já foi vendida. Paranaenses e matogrossenses são os maiores compradores, gente disposta a desembolsar em média R$ 2 milhões pelo imóvel. Um bom negócio, na opinião de Rogério Rosa: 

- O mercado hoje, para o comprador, está muito favorável. Os preços estão atraentes, e quem investe terá bons resultados a curto prazo. Em três anos, é possível ter 100% de lucro - avalia o construtor. 

Novas regras 

Em três décadas, Balneário teve a orla tomada por paredões de concreto. Mas foi nos últimos anos que a corrida por fazer mais e melhor se intensificou. Construtoras de imóveis de luxo, como a Embraed, ganharam força e se especializaram para atender a um público que, até então, não investia na cidade. 

Secretário de Planejamento do município, Auri Pavoni diz que a maioria dos imóveis lançados em Balneário, hoje, é de alto padrão. Regras do plano diretor, que estabeleceram metragem mínima para os apartamentos, dependendo da localização, ajudam a manter a qualidade dos imóveis. A lei será rediscutida este ano, mas a intenção é manter as restrições. 

- Para o poder público, quanto mais metros quadrados tiverem os imóveis, melhor. Pessoas que chegam a esses imóveis não dependem tanto do poder público para questões como saúde e educação, que custam caro - diz Pavoni. 

Para reduzir o impacto das grandes construções à cidade, o Conselho da Cidade aprovou exigência de captação de água da chuva e sistema próprio para tratamento de esgoto. O primeiro prédio que adotará o novo padrão obrigatório foi lançado este mês, pela construtora Thá. 

 

Fonte: clicrbs.com.br